Ana Paula Kovalick
É o meu Rio Grande do
sul, céu, sol, sul, terra e cor... Onde tudo que se planta cresce e o que mais
floresce é o A M O R...
Esse povo é especial aguerrido e bravo... Às várzeas
e canhadas e tuas coxilhas refletem maravilhas ao teu redor, ao povo que te
canta alegremente, estado diferente de amor e paz... Esse é o meu torrão
querido, e por todos reconhecido, cartão postal do meu país.
Ó meu Rio Grande do Sul, tenho orgulho de ter nascido
aqui, sangue forte, aguerrido e bravo! A história, a guerra dos farrapos, tudo
isso dá alusão ao cenário gaúcho. Povo que sobreviveu, que
soube dizer NÃO aos altos impostos "não adiantou muita coisa..rsrsrs". Influenciando a República rio-grandense,
onde temos bandeira e brasão próprios. Onde temos identidade de caráter
republicano.
História do Rio Grande do Sul, seus primeiros habitantes, os costumes que o povo gaúcho segue até os dias de hoje.
Alguns dos costumes mais
tradicionais dos gaúchos como o churrasco e tomar chimarrão são heranças
indígenas. Por isso, o conhecimento sobre esses primeiros habitantes dos pampas
se torna fundamental para a compreensão da história do Rio Grande do Sul.
Os indígenas que viviam nas
terras onde hoje é o Rio Grande do Sul, antes da chegada dos europeus,
pertenciam a três grupos: os guaranis, os jês e os pampianos.
Os guaranis ocupavam o litoral, a parte
central até a fronteira com a Argentina, os jê habitavam parte norte junto a
Santa Catarina e os pampianos se localizavam ao sul junto do Uruguai.
Os
guaranis também conhecidos como tape, arachane e carijó eram o grupo indígena
mais numeroso da região. Habitavam principalmente os vales dos rios e as margens
das lagoas, onde a caça e a pesca eram mais abundantes. Os guaranis coletavam
diversos tipos de moluscos, frutos e raízes e cultivavam principalmente o milho
e o aipim, mas também plantavam feijão, abobora e batata. Suas moradias tinham
uma estrutura de madeira cobertas com fibras vegetais, em geral de base
circular. Essas habitações denominadas de ocas eram habitadas por diversas
famílias com grau de parentesco entre si. Uma aldeia, normalmente era formada
por três a seis ocas. Os guarani foram os grupos que formariam mais tarde os
povos missioneiros, catequizados pelos jesuítas espanhóis.
Os
índios do grupo jê que ocupavam o planalto Norte-Riograndense. Os kaingang que
constituem a maior parte dos indígenas que vivem hoje em terras gaúchas faziam
parte desse grupo. Os jê viviam da caça, da pesca e da coleta de frutos e
raízes. Também praticavam a agricultura, cujo principal produto era o milho.
Para se proteger do frio moravam em casas “subterrâneas”. Eles cavavam buracos
no chão, que tinham aproximadamente dois metros de profundidade e cinco metros
de largura e protegiam esse buraco com um telhado feito de galhos de árvores
cobertos por ramos de palmeira. Os jê foram sendo expulsos de suas terras pelos
brancos que iam chegando ao território. Muitos de suas aldeias foram
simplesmente massacradas. No século XIX, os poucos jê que sobraram e que haviam
sido um dia os senhores do planalto, foram obrigados a viver em pequenas
reservas.
Os
pampianos, grupo formado principalmente pelos charruas e minuanos, eram o povo
indígena menos numeroso. Viviam principalmente nos campos e em áreas com
bastante água, pois nelas haviam abundancia de recursos para a pesca e caça.
Diferentemente dos guarani e jê, os pampianos não praticavam a agricultura.
Viviam da caça, da pesca e da coleta de frutos e raízes e logo incorporaram os
animais trazidos pelos europeus à sua vida. Os cavalos eram utilizados como meio de transporte
e para auxiliar na caça. O gado bovino servia de alimento. Com a ocupação de
suas terras por portugueses e espanhóis, os pampianos foram obrigados a
ir cada vez mais para o interior. A escassez de recursos provocou a fome, e a
situação se agravou com as epidemias e as guerras. Muitos deles foram trabalhar
nas fazendas dos colonizadores europeus. Os pampianos que restaram foram
massacrados por tropas uruguaias na década de 1830.
Dos grupos indígenas que habitavam o Rio Grande do
Sul à época da chegada dos europeus restam somente 40 mil, dos quais somente 13
mil vivem nas reservas ou em aldeias. Os pampianos foram completamente
dizimados ainda no século XIX. Os poucos jê que restaram pertencem ao grupo
kaingang e os guarani tentam sobreviver e enfrentam diversas dificuldades,
principalmente em relação a demarcação de suas terras.
As
áreas destinadas aos kaingang estão relativamente demarcadas. Elas, no entanto,
são muito pequenas para o numero de índios que nelas habitam. Isso ocorre
porque as reservas originais criadas no século XIX, perderam grande parte de
sua área devido a invasão de pecuaristas e extrativistas e ao assentamento de
colonos. Ainda hoje, os índios disputam suas terras com os agricultores que
foram assentados entre as décadas de 1940 a 1960. Além disso, o constante uso
do solo acabou o degradando, tornando a produção insuficiente para alimentar as
famílias. Tal situação faz com que a maioria dos kaingang viva na miséria e
muitos até passam fome.
Os
guaranis hoje são pouco mais de mil que vivem no Rio Grande do Sul, a maioria
no litoral. A constante migração dos guaranis dificulta a comprovação histórica
com as áreas que eles habitavam e a sua demarcação. Por isso muitas famílias de
guarani vivem hoje ao longo das rodovias.(Adaptado de Felipe Piletti - História
Regional - Rio Grande do Sul).